E houve luz.
Houve comunhão,
A trindade em um,
O perdão pregado na cruz e
O espetáculo da ressurreição.
Também houve trevas,
qual tentou apagar o brilho.
Em meio a loucura, solidão e névoas,
Essa deixou o homem perdido em trilhos.
Numa prisão de abismos e empecilhos
Onde via se gatilho como escape
Rejeitando o amor de filho
e o amor ágape.
A humanidade viu nascer,
Crescer, morrer e ressurgir a Luz perpétua.
Mas seguiu
na razão, pelo poder e glória.
Tendo como a única saída um grande embaraço,
distinto do verdadeiro triunfo da vitória.
A luz que outrora brilhava
A luz que outrora guiava
Hoje,
A razão empurrou ao beiro
E guia o homem sem respeito
Mas essa luz ainda existe,
E pela humanidade persiste.
Até que ontem e hoje e o futuro
Retornem a esse porto seguro,
Até que gerações se entendam –
Sem rasgar o verbo por meros rascunhos e se vendam,
Por pedacinhos de opiniões –
Que a sabedoria eterna
Resplandeça na escuridão da miséria
Como fora em Gênesis,
E que haja luz.
Ticiele de Camargo ©️ 2019.